-
Arquitetos: Lazo Arquitetura e Urbanismo
- Área: 920 m²
- Ano: 2020
-
Fotografias:Pedro Celso, Morgana Nunes
-
Fabricantes: Ana Madeiras, Concrepoxi Artefatos, Petrofontes, Postemax, Villa Garden Paisagismo
Descrição enviada pela equipe de projeto. A partir da captação de recursos, gerenciamento dos projetos e das obras conduzidas pela ARIES (Agência Recife para Inovação e Estratégia), o projeto teve início junto à comunidade, a partir de oficinas no local com o envolvimento das crianças e da rede que as cerca. As informações levantadas nas dinâmicas trouxeram material para o Projeto Executivo, em 2019. Em 2020, a partir do contexto da pandemia, 25% da verba prevista para a construção foi direcionada aos hospitais, isso acarretou uma revisão para adequação orçamentária. O urbanismo tático e a co-construção liderados pela Lazo e pela ARIES foram ações que estiveram vinculadas ao Projeto Primeiro a Infância, baseada na Urban95 da FBvL, que tem como objetivo a melhoria da qualidade urbana voltada para as crianças de primeira infância, uma cidade segura e lúdica para as crianças, é também boa para todas(os).
1. URBANISMO TÁTICO. Construímos junto com a comunidade uma Praça efêmera, o que impulsionou o engajamento e o senso de responsabilidade com o lugar, realizamos 4 oficinas em abril de 2019 e a ARIES um trabalho prévio de engajamento com as famílias. Na 1ª oficina participaram em torno de 20 crianças e 5 mães, o que foi importante para compreendermos o perfil para a montagem da intervenção, com maioria de crianças. As oficinas posteriores serviram de norte para todo o processo de criação do projeto. Percebemos o desejo de ver estrelas, balões na árvore, balanço, escorrega e de ter uma fonte com água. O número de participantes aumentou e chegamos a 70 crianças e cuidadoras(es) que instalaram e celebraram a partida do projeto.
2. PROJETO ARQUITETÔNICO. “uma coisa é o lugar físico, outra coisa é o lugar para o projeto. E o lugar não é nenhum ponto de partida, mas é um ponto de chegada. Perceber o que é o lugar é já fazer o projeto” - Álvaro Siza Além das decisões técnicas, compreendemos a natureza do lugar e a interação com a comunidade. Olhar além do objeto físico, como diz Siza, antes subutilizado e/ou em conflito de interesses, foi frutífero. Com o corte no orçamento deveria existir um “prejuízo” ao projeto. Mas vimos uma oportunidade: tirar melhor partido do elemento principal - a Paineira com 12 m. A revisão, desenvolvida em 6 semanas, demonstrou a relevante necessidade de adequação dos projetos executivos ao orçamento. Não havia a possibilidade de redução da área de intervenção e nem mudança diametral do partido adotado no projeto inicial. A transformação do projeto inclui revisões no traçado que sugerem o reuso de áreas de piso existentes e o resgate de sistemas naturais - com materiais, solo e plantio de árvores - que tornem a execução do projeto menos complexa e mais barata. A partir disso, foi possível manter a fonte-seca e a topografia lúdica, sem prejudicar as expectativas já deixadas no local. Conforme o projeto inicial, a praça foi destinada para crianças com idades de 0 a 3 anos, portanto, todo o planejamento levou em conta tal objetivo. Aqui, fica expressa a oportunidade da valorização do livre brincar, no solo natural com drenagem, nos jardins e na valorização da árvore.